A nossa natureza e as demandas do dia a dia: o quanto estes dois elementos transitam na contramão ao longo de nossas vidas.
Alguns entendem que viver é frequentar um ringue diário, pois a vida é vista como luta, onde confrontamos demônios diários, a fim de alcançarmos os nossos objetivos, e quando os alcançamos, abrem-se novas “portas” diante de nós com novos desafios, e diante deste contexto que parece infinito, competitivo e cruel, muitos acreditam que os fracos choram, os perdedores não trocam de carro anualmente, os frustrados não possuem cônjuges de estética notável, os enlutados perderam o foco, etc.
Nos submetemos à danosa tendência de ignorarmos a nossa natureza humana em nome de status de sucesso criado com base em preceitos desumanos, e diante disso, tudo o que expomos é encenado e tudo o que contraímos é doença (percebam o histórico de vida por trás dos diagnósticos de algumas psicopatologias).
Não seria coerente que o cansado descanse? Que o pressionado desabafe? Que o enlutado chore? Que o arrependido desista?
Não regredimos pela falta de conhecimentos oriundos de preceitos complexos, mas sim por esquecermos o que somos.