O vento leva as palavras, os gestos ancoram e dão coerência ao que é dito.
Não basta dizer que se ama, quando falta a prática que transforma o sentimento para além do verbal.
Não basta dizer que sente saudade, se não existe empenho visceral e brilho nos olhos na busca por contato.
Não basta redigir o currículo, o tempo mostrará a coerência entre o redigido e a sua verdade.
O tempo é o herói que trás o desvendar, e ao mesmo tempo é o vilão que destrói as nossas mais adoráveis ilusões.
O tempo nos mostra, o tempo nos transforma, o tempo nos trás noite que encerra e nos trás dia que renova.
Como é difícil recomendar, em uma sociedade que não sabe esperar, que submetamos as promessas que nos são feitas ao tempo. Preferimos acreditar que o agora será eternizado, que o contrato merece assinatura sem prazo, que a aliança deve ser colocada no dedo antes de saber o sobrenome do amado(a), e não temos tempo sequer para aprender com o que passou, mas o que antes deu errado agora dará certo porque…porque…porque apenas queremos assim.
